terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Gráficos e tabelas para organizar informações

Saiba por que e como ensinar os alunos a ler e interpretar os dados apresentados em gráficos e tabelas

por: Fernanda Salla 

 

Imagine o seguinte: na sala dos professores da escola, há um cartaz com a frase "Em 2007, eram 734 estudantes matriculados; em 2008, 753; em 2009, 777; em 2010, 794; e, em 2011, 819".

Se você acha que esses números não contribuem para mostrar com clareza o histórico da instituição nem para destacar o percurso crescente de matrículas, tem toda razão. Há uma maneira mais clara e eficiente de apresentar esses dados: um gráfico. Observe:

Evolução do número de alunos da escola

 

 

 









Esse exemplo revela claramente que para cada informação que se quer comunicar há uma linguagem mais adequada- aí se incluem textos, gráficos e tabelas. "Eles são usados para facilitar a leitura do conteúdo, já que apresentam as informações de maneira mais visual", explica Cleusa Capelossi Reis, formadora de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

Logo no início do Ensino Fundamental, as crianças precisam aprender a ler e interpretar esses tipos de recurso com o qual elas se deparam no dia a dia. Além disso, esse é um conteúdo importante da Matemática que vai acompanhá-las durante toda a escolaridade no estudo de diversas disciplinas.

Um gráfico mais adequado para cada tipo de informação

 

Barras

Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e comprimento variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais longa indica a maior quantidade e, com base nela, é possível analisar como certo dado está em relação aos demais.


Os prédios mais altos do mundo


 As espécies animais ameaçadas de extinção na mata Atlântica




Setor


Útil para agrupar ou organizar quantitativamente dados considerando um total. A circunferência representa o todo e é dividida de acordo os números relacionados ao tema abordado.

Evolução do desmatamento na região da Amazônia

 



Linhas


Apresenta a evolução de um dado. Eixos na vertical e na horizontal indicam as informações a que se refere e a linha traçada entre eles, ascendente, descendente constante ou com vários altos e baixos mostra o percurso de um fenômeno específico.

Regularidades ajudam a compreender os fenômenos


Existem vários tipos de gráficos (como os de barras, de setor e de linha) e tabelas (simples e de dupla entrada). O uso de cada um deles depende da natureza das informações. É importante que os alunos sejam apresentados a todos eles e estimulados a interpretá-los. "Aqui tem mais quantidade porque esta torre (barra) é maior que a outra" e "a pizza está dividida em três partes. Então são três coisas representadas" são falas comuns e que revelam o quanto a turma já sabe a respeito.

Na EMEB Donald Savazoni, na capital paulista, Cláudia de Oliveira pediu que os estudantes do 3º ano pesquisassem gráficos e tabelas em diversos portadores de texto, como os jornais, e analisou o material com eles. Além dos diferentes visuais, ela trabalhou elementos imprescindíveis, como o título (que indica o que está sendo representado), a fonte (que revela a origem das informações) e, no caso dos gráficos, especificamente, a legenda (que decodifica as cores, por exemplo). De que assunto trata o gráfico? Quantos dados são apresentados? Como eles aparecem? Esses são questionamentos pertinentes para fazer aos alunos. Essas intervenções, apoiadas em exemplos, são uma forma de encaminhar a turma a notar que há certas regularidades que permitem a interpretação independentemente do conteúdo. Por exemplo: num gráfico de barras verticais, é a altura que mostra a variação de quantidade e não a largura das barras. No caso dos eixos, presentes no gráfico de barras e no de linhas, os intervalos entre as marcações são sempre do mesmo tamanho. Isso serve para garantir a proporcionalidade das informações apresentadas.

Quanto às tabelas, há diversas formas de usá-las para organizar as informações. Elas podem aparecer em ordem crescente ou decrescente, no caso de números, ou em ordem alfabética, quando são compostas de nomes, por exemplo.

Ao selecionar o material para trabalhar em sala, lembre-se de atentar para a complexidade de cada um. "Quanto mais informações reunirem, mais complicados são. Para essa faixa etária, melhor usar material com poucos dados, dando preferência aos números absolutos", explica Leika Watabe, assessora técnica educacional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Escolher temas e assuntos que fazem parte do universo da garotada também é importante. Para as crianças do 3º ano, Cláudia organizou um estudo do tempo de vida de uma série de animais e organizou os dados em uma tabela e um gráfico de barras. Na tabela, elas tinham de identificar o assunto tratado e verificar as informações sobre os bichos, relacionando os dados. Depois, compararam no gráfico as diferenças entre a expectativa de vida de cada um deles. Por fim, a educadora propôs alguns problemas para que todos calculassem a diferença de idade entre dois animais. Os alunos confrontaram os resultados com o gráfico e concluíram que os valores eram proporcionais ao intervalo entre as barras que representavam os bichos.

Importante: gráficos e tabelas podem ser explorados com muitos conteúdos, de diversas disciplinas - desde que o material não seja simplesmente exposto em um cartaz na sala. Trabalhar a interpretação é fundamental. Somente com essa estratégia em jogo, o grupo vai criar familiaridade com esse tipo de representação, se apropriar dele com segurança e seguir em frente, construindo seus próprios gráficos e tabelas.



Simples
 
Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada por duas colunas e deve ser lida horizontalmente.





De dupla entrada

Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado (como altura e peso) sobre um item (nome). Deve ser lida na vertical e na horizontal simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.

De dupla entrada

 
 Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/163/graficos-tabelas-organizar-informacoes?utm_source=tag_novaescola&utm_medium=facebook&utm_campaign=mat%C3%A9ria&utm_content=link

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Torne suas aulas mais interativas com QR Codes


Olá, hoje estreamos a colaboração do Porvir com o Blog de Tecnologia de NOVA ESCOLA. Todos os meses, vamos trazer para cá ideias que coletamos em escolas do Brasil todo. Começamos por uma ferramenta que provavelmente está no telefone aí dos seus alunos.

Escanear um QR Code com seu celular serve para mais coisas do que participar de promoção, comprar pizza com desconto ou ler mais informações sobre uma obra no museu. O quadradinho que parece um código de barras pode armazenar vários tipos de informações, inclusive algumas úteis para atividades em aula.

O QR code (sigla em inglês para Quick Response, ou seja, resposta rápida) é um código de barras 2D (os antigos trabalham apenas a dimensão horizontal) e pode ser lido facilmente pelas pessoas usando um celular com câmera fotográfica. Basta escanear o código com um aplicativo apropriado, que o converte imediatamente em texto, localização, números de telefone e links para sites, vídeos, imagens e outros.

Para utilizar esses código de modo a tornar as aulas interativas e divertidas, é necessário baixar no celular do professor e no dos alunos aplicativos de leitura de QR Codes criados em sites específicos. Existem opções gratuitas disponíveis para ambas as ferramentas (veja sugestões ao final do texto).

Criar um QR Code não exige conhecimentos de programação ou design. Com um aplicativo em seu celular, escolha que tipo de informação o QR Code vai armazenar (link de internet, texto, número de telefone, post no Facebook, arquivo PDF), indicar o conteúdo num campo específico e gerar o código. Depois, é possível salvar o código como imagem e usar da maneira mais adequada para cada situação. Algumas funcionalidades, como usar cor no código ou ter acesso a estatísticas sobre seu uso, são cobradas.

Apresento aqui três sugestões de atividades com QR Code já realizadas por educadores que relataram suas práticas na seção Diário de Inovações do Porvir. Confira:


Caça ao QR Code

A experiência das professoras Andréia Vitorino Marcos e Irlane Veloso, de Picos (PI), foi usada em aula de Língua Portuguesa, mas a essência dela, a adaptação da caça a um tesouro por meio de informações em QR Codes, pode ser aplicada em outras disciplinas e contextos.

Como fazer: Para uma aula de análise de poemas, comece selecionando um texto para ser trabalhado com os alunos. Depois, crie códigos para cada estrofe do texto e os espalhe em cartazes em diferentes lugares da escola. Em cada QR Code, insira também dicas para encontrar outras estrofes. A missão dos alunos, divididos em grupos, é procurar os códigos e completar todo o poema. Enquanto decodificam os trechos, os grupos devem se reunir para ler e encontrar a próxima pista. Além disso, devem responder algumas perguntas sobre a estrofe lida. Quando conseguirem completar o poema, peça que analisem a estrutura do gênero textual.

Inclusão de deficiente visual


Raquel Gonzaga, de São Paulo, usou QR Code para incluir um deficiente visual nas aulas de inglês. O objetivo era oferecer condições para o aluno aprender junto com os colegas.
Como fazer: Para que um estudante que não enxerga consiga interagir com os estímulos visuais e mensagens em texto apresentados na lousa, transforme-as em um QR Code no seu celular. A cada imagem e texto apresentado à classe, se aproxime do aluno com deficiência e lhe peça para escanear o código com seu celular e ouça o conteúdo com fone de ouvido. Desta forma, ele acompanhará a aula e poderá dialogar com você e os colegas.

Espalhe QR Codes de conhecimento

A prática promovida pela professora Jordana Thadei, de São Paulo, envolveu a pesquisa e a redação de resumos sobre aprendizados transformados em QR Codes. Mesmo tendo sido aplicada com alunos de Letras, ela também pode ser realizada em aulas da Educação Básica.
Como fazer: Dê nomes de personalidades importantes a salas ou lugares da escola e incentive seus alunos a pesquisarem sobre essas pessoas. A atividade pode ser feita em grupos. Posteriormente, peça que eles escrevam em conjunto textos curtos, informativos e atraentes sobre essas personalidades para serem lidos pelo celular. O próximo passo é transformar esses textos em um QR Code para ser exposto ao lado dos nomes das salas. Essa informação ficará disponível para todos os alunos da escola que escanearem os códigos.

Ferramentas para criar QR Codes:

Gerador de código QR
Kaywa QR CodeGenerator
e-elemento